domingo, 18 de março de 2018

Um ano por montanhas a libertar Melodias


Um ano por estas paragens!
Longe de todos e tão perto de mim!
Nem sempre assim foi. O desafio era tremendo e a corda bamba estendia-se a céu aberto.
Esgravatava com as unhas o querer de singrar contra tudo e uns dias depois, indicaram-me o meu caminho. Neste poiso abrigado com as montanhas, a vigiar qualquer atentado às suas entranhas.
Um ano decorreu por entre elogios à nossa frota e trabalho árduo. Que alicerçou obra.
Hora de comemorar!
O ambiente fantástico. Decorado com paletes de madeira que lembravam o descarregar do material, para betonar as trincheiras.
Ampla sala, com dezenas de pessoas mostrando a alegria, de ter a noite por sua conta.
Mesas reservadas (também a nossa). Só assim, poderia, me envolver neste clima.
E com todo este cenário, nada melhor que a festa começar!
O homem da música, de voz rouca e a enganar com a garrafa de água. Iniciou o reportório musical. E a um pedido meu, colocou a minha banda preferida e abriu as hostes à gritaria.
Não tardou a merecer um drink e a cerveja foi escolhida.
Veio a costelinha com batata a murro, num molho apetitoso. Embrulhado em prata para conservar e aguentar o, farto-te da costela.
Veio a cerveja que aliviava a cantoria e as SMS enviadas, atenuavam um pouco o tremido de estar sozinho, embora acompanhado pelos amigos.
Tiram-se fotos para recordar. Desenrolando-se bate papos, de amores escondidos.
Acompanha-se o glorioso que joga bem perto da minha terra e com a chegada dos golos, a alegria aumenta e um bocejar de alívio, dá o mote para o descarregar da adrenalina.
A noite caminha com um rumo definido e o Sábado é sempre o mote para aproximar bons destinos.
Abrigamo-nos no bar já com sorrisos conhecidos e como o tempo resolveu correr todos da praça. Acotovelámo-nos uns aos outros, ouvindo conversas em tantas línguas, que travou a minha, sempre comprida.
E a noite se foi!
A cama foi o encontro final.
E que bem sabe, quando o dia só permite umas horas do seu prazer.

domingo, 11 de março de 2018

Isto é tão belo e Silencioso





Já sinto o chilrear da passarada!
Acordam-me ainda é tão cedo, que reviro-me na cama para saborear mais umas horas. Das poucas, que todos os dias a deixo, ainda o dia não nasceu.
A Primavera está tão perto que, a agitação da Natureza é fantástica!
A neve derreteu num abrir e fechar de olhos.
Os campos estão prontos para as sementeiras.
Os animais por fim, voltam a saborear os primeiros rebentos.
Saio para renovar os vícios da noite e encho os pulmões, da pureza que me rodeia.
O corpo manifesta-se embrulhado nos agasalhos, porque o clima ainda é tremelicante.
E dou a minha passeata, até que o frio me obrigue a dar meia volta.
Ao sair de casa, dou com a polícia de radar na mão, esperando que os mais distraídos, ultrapassem a velocidade estabelecida.
Escondem-se no barranco que conduz à minha casa e quando os desafortunados automobilistas se apercebem, já é tarde para desculpas.
Dois catraios brincam numa alegria desenfreada e embalados pela trotinete e pelos patins. Percorrem o espaço da sua casa, só parando na berma da estrada.
Saúdam-me alegremente com os rostos avermelhados e voltam a serpentear os canteiros da bela vivenda.
Já perto de casa, paro um pouco no regato que seca pelo Verão e lanço uma folha ainda húmida pelo tempo que faz.
 Vejo-a a boiar pelo que a vista alcança, rumo ao braço de rio que nasce nas montanhas gigantes e vai de encontro ao caudal enorme, que rasga a cidade ao meio. Vindo já de países distantes.
É hora de mais um café e como já sinto a balburdia da casa a despertar a rotina diária, vou preparar o almoço com gosto.
Isto é tão belo e silencioso, que a Paz que tanta gente procura, está plantada neste paraíso!