quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Regressei a falar com os meus Botões



Regressei com o bronze entranhado para esconder as mazelas da vida.
Levava um país a ferro e fogo, onde todos se lamentavam das desgraças dos outros e deixavam para amanhã, as soluções para todos os desgostos.
 E como o amanhã pode ser tarde, voltamos ano após ano, a reviver filmes de desgraças, onde cada um chora, umas lágrimas, mas esconde que, por Deus, comigo nada se passa.
Ao regressar, encontrei um país com o mesmo calor e ainda bem, sem a mesma desgraça!
Antes de retornar ao trabalho, passeei pela cidade, sem antes caminhar pela floresta, que sorri com o seu verde de esperança, para todos que desejam cá permanecer. Seja em férias, ou labutar desejosos em segurar, a qualidade de vida, onde no seu país já não existe esperança.
É uma cidade virada para o turismo!
E com as esplanadas recheadas de turistas. Italianos, Sérvios e Húngaros!
Seja em autocarros, ou carros particulares. Invadem esta cidade e gozam o verde que as enormes montanhas protegem e, saboreiam a frescura do rio e as mordomias para todas as bolsas, dos caminhantes em procurar um Domingo que lhes alimentem o optimismo.
Na praça principal onde não falta os repuxos para os miúdos se esticarem ao comprido e saltarem com a água fria. Deparei numa exposição de tudo um pouco.
E parando uns minutos, foquei-me nesta foto!
Um sorriso de um bebé, mergulhado na beleza de um conto de fadas!
Lembrei-me de todos os bebés, que desaparecem na sombra de chamas incandescentes.
Em atentados que lhes roubam a vida, ainda a dar os primeiros passos.
Em acidentes de viação, que lhes pararam para sempre, a esperança de serem gente!
Passei adiante e, mais uma foto me chamou a atenção!
Mais um bebé e uma senhora idosa!
De brincos de ouro, grossos. Que lhes esticavam as orelhas já cansadas de ouvir tanta asneira.
Recordei-me da minha avó, que também usava esses brincos, mas não me lembro, de me estar a segredar ao ouvido.
Fiquei nostálgico e já nem vi o resto da exposição, tão perto do rio que corria com a água barrenta, vinda das enormes montanhas que por vezes, cortam o terrível vento.
Regressei a falar com os meus botões e a pedir que as desgraças do mundo me passassem ao lado. Já que vou invernar no meu labor que alimenta os filhos já gente e, me dá um conforto que, arduamente aguento.



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