terça-feira, 1 de agosto de 2017

Adoro o meu povo


Férias!
Os portugueses babam-se todos, por estenderem a toalha tão longe de casa, pensando que a areia da praia bem longe, lhes vai idolatrar o corpo.
Uns dias bem longe da cidade que durante, o ano fartam-se de calcorrear. Oferecem-lhe as energias para continuar a matraquear os caminhos da rotina.
É dar um olhar e, estão os portugueses a encher o Algarve como o paraíso para a felicidade por uns dias.
Vai-se o subsídio.
 Vai-se os tostões, guardados nos bancos que nada oferecem e a tudo cobram. E no final nem querem fazer as contas, porque o bronze algarvio, merece o esforço financeiro despendido.
Adoro o meu povo!
Faz das tripas coração, para viver uns dias como rei e senhor da terra. E de malas e bagagens, entopem as portagens rumo ao sul. Como se o sol, só nascesse por essas bandas.
Foram-se os tempos de o Algarve ser uma colónia balnear dos europeus endinheirados.
Trocar a sua moeda em escudos, era a certeza de ter férias mais baratas, que uns dias por terras de sua Majestade.
Por isso, permaneciam no Algarve até que o corpo se manchasse de escuro e da boa vida, se cansasse.
Veio o Euro!
E a maioria fizeram contas à vida e por igual quantia, rumaram para outras paragens. Deixando o Algarve à mercê dos portugueses, vindo do norte e centro. Agora recebidos como os salvadores da economia algarvia.
Entretanto chegam os imigrantes a arrotar euros (por vezes emprestados) e petulância parolice.
Estacionam as grandes bombas, entupindo os passeios e de tangas chineses e tatuagens de lojas de garagem. Bebem minis, até arrotarem o pó armazenado durante meses a fio, a assentar muros das casas dos ricos europeus. Que pagam balelas, para erguerem os centros comerciais do futuro.
Por fim regressam com a lágrima no olho e na esperança dos familiares que cá permanecem. Passado um mês, mandar o máximo do dinheiro ganho, para fazer face, à dura vida, que este país resolveu já à longos anos brindar a maioria dos portugueses.

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