domingo, 29 de novembro de 2015

Que se agarram ao meu Destino.




Desci as escadas de quatro andares e encontrei a noite a chorar.
Banhada em lágrimas suaves, que molhavam a alma a quem se atrevia, a romper esse caudal teimoso.
Nadei nas suas margens, descansando nos passadiços para não ser levado sem direcção numa noite fria, a desafiar o tino.
Aqueci-me com o calor de uma vela colocada na mesa de madeira sem força, já que bastava pousar os cotos, ela rangia de dor.
Lá se encontravam desconhecidos, esperando impacientes de copo meio cheio, que a noite deixasse de carpir lágrimas.
Ouvia frases sem discernir o objectivo, eram grunhidos de homens duros e mulheres flácidas cansados da vida. Dura para qualquer destino, longe das amarras íntimas da família.
Por momentos a noite deu tréguas num assoar o rosto negro como o carvão das entranhas da terra.
Era altura de regressar sem barco mesmo a remos.
Logo que cheguei ao meu porto de abrigo, encontrei os mesmos que se agarram ao meu destino.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Quem Sou Eu




Os meus dedos, já me assustam
Assemelham-se a sapos negros
Coitados, já fartos de marteladas em falso
Carregam unhas sem esmalte

Os meus braços estão traçados de tatuagens
São rascunhos ainda vermelhos da dor
Nenhum tatuador as pode copiar
Porque o artista que as sente sou eu!

O meu cérebro sente as turras sem conta
Crescem uns altos que magoam imenso
Nem me penteio direito para não sofrer
Nada mais me resta do que cortar o cabelo rente

Já nem ligo ao meu corpo
Ao tomar banho escondo-me do espelho
Venceria qualquer concurso de tatuagens originais
Só ligo ao meu espírito, limpo como o paraíso



Vivo



Vivo das emoções a cada dia
Vivo dos vícios que se acumulam
Vivo das saudades tão presentes
Anseio o regresso vivamente

Por vezes solto uma lágrima marota
Que se esborracha no rosto cravado na almofada
Esconderijo das noites sem pregar olho
Aconchego de sonhos que deixam manchas

Nunca o Natal, Páscoa e Férias
Foram desejados tão ardentemente
Aí encontro a maravilha das emoções
Brota de mim, excedente de sensações

Assim chego ao fim de cada dia
Pensando no próximo, ainda sem se fazer dia
Longas horas longe de tudo
Mas bem próximo do meu destino

sábado, 21 de novembro de 2015

Inteiro ou feito em Cacos




Foges da dor e da tristeza, refugiando-te no recanto da incerteza dias e dias sem fim. Mesmo sem distinguires quando nasce o dia, esperando que a noite te encaminhe para o leito frio e vazio.
 Até quando minha princesa?
Percorres os caminhos tão frequentados onde tentas conduzir de olhos cerrados, para afugentares momentos recentes loucamente apaixonados. Parando finalmente, sem conheceres o local ermo onde imobilizaste.
Para onde caminhas amor?
Anseias minuto a minuto o meu regresso dourado. Será amanhã? Ou daqui a uma semana?
 Sentindo por fim, que me desejas mesmo que só volte, daqui a um ano.
Para quando o retorno do nosso calor?
Quero-te, quero-te, quero-te!
Inteiro ou feito em cacos. Tenho todo o tempo do mundo para te juntar os pedaços. Porque sei que o teu coração continua intacto!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Apaixona-te




Apaixona-te por alguém que te ame, que te assuma, te compreenda mesmo na loucura.
 Apaixona-te por alguém que te ajude, que te guie, que seja o teu apoio, teu sonho bom. Que diga EU AMO-TE com atitudes e não apenas com palavras.
 Apaixona-te por alguém que converse depois de uma discussão, reconhecendo o erro e peça desculpas com o coração. Apaixona-te por alguém que sinta a tua falta e precise de ti a sorrir.
Apaixona-te por alguém mesmo ao pé da porta, porque existe sempre uma janela que não vês, mas sentes o que se passa para além dela.
Apaixona-te por alguém que se cruza contigo e que te balance o coração.
Corre atrás dela, quem sabe não será, o que há tanto tempo sonhas agarrado ao almofadão!
APAIXONA-TE!