quinta-feira, 29 de abril de 2010

O Português Mourinho




Mourinho remoeu dias e dias, falando para a almofada enquanto não pregava olho e questionando os seus botões em farpelas valendo o seu peso em ouro que tinha chegado a hora do tudo ou nada!
Tinha chegado o momento crucial de se dúvidas houvesse quanto ao seu valor, era chegado o momento de por em prática o seu potencial que ameaçava romper todas as barreiras, mas que ainda subsistiam algumas arestas a ser limadas para que o seu poderio invadisse como um vulcão e inundasse o mundo de lés a lés.
Nada melhor que enfrentar a melhor equipa que tudo tinha ganho com a facilidade que todos presenciamos já que possuía os melhores jogadores que todos ambicionam.
O momento chegou e adrenalina despontou!
Os resultados assumem tamanha relevância quando se transformam num caso pessoal!
Mourinho mais do que tudo queria vencer!
Queria vencer a melhor equipa do mundo!
Queria vencer Guardiola, técnico ainda jovem mas ameaçando ombrear com ele!
E o vencer, representava caso houvesse dúvidas, que é o único a carrilar o Real Madrid para o lugar a que tem direito. Um sonho de muitos mas ao alcance de um ou dois na vertente da grandiosidade deste clube.
Por isso antes do Inter de Milão, estava Mourinho com a sua sede de provar que é o melhor!
A esta hora os jogadores do Inter confessam que nunca tinham sido sujeitos a um massacre do princípio ao fim. São jogadores talhados à imagem de Mourinho, autênticas formigas incansáveis na procura do êxito, comandados pelo general, fonte de inspiração e mentor das suas projecções.
O acesso à final para Mourinho é mais um marco como espelhou no final, quando autentico miúdo se pôs aos saltos em pleno relvado. Desafiando quem duvidava da sua capacidade em vergar os extraterrestres da bola e vai esperar a final, onde se irá se resguardar no balneário, para aí sim serem os jogadores a receber sob os holofotes da glória, o prémio mais que merecido.
Quem gosta de futebol sabe que o Inter só passou porque pôs o autocarro em frente da baliza, mais se assemelhando a um clube aterrorizado pelo papão que tem pela frente. São armas a que Mourinho e os seus discípulos não tinham alternativa em usar para baquear quem se auto proclamava em ser o maior. E o facto é que um muro em betão repele qualquer iniciativa em perfurar a passagem e no final, os últimos minutos de uma etapa subida, degrau a degrau, estão aí à porta bem perto da fama que pode estar mesmo ao virar da esquina.
Neste momento a agitação em segurar Mourinho na continuação de um campeonato que está para Mourinho como um deserto sem fim à vista em matéria de adrenalina, como é o caso do italiano. Não vai ter paralelo com o aceno de um convite a raiar a loucura como bem pode ser o espanhol, hoje em dia o mais cativante de todos.
Por isso Mourinho já venceu em todas as frentes e que o deixa a afastar os sonhos e a estudar a realidade que só a ele diz respeito. E o sim, ou não, é o resultado final que milhões de mentes esperam descobrir como uma pepita encontrada bem no coração da terra, que se farta de dar indícios, mas que se fecha a sete chaves para abrir o caminho.
Mas como os resultados são o cerne da questão, porque o espectáculo é no circo, Mourinho lá continua na senda dos êxitos, o que lhe dá um enorme gozo naquele corpo franzino, mas repleto de valor que não tem seguidores.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A Música é Vida




A música é um incentivo ao agarrar momentos de alegria e aumento de adrenalina.
Eleva-nos num emaranhado de sensações que nos posiciona num altar suspenso, no meio do nada e somos impulsionados numa espécie de mola saltando e abanando o nosso corpo. Lançando sensualidade conforme a musica nos entra corpo dentro.
Auxilia a boa disposição quando é imperativo começar bem um dia que se vai revestir de enorme stress, por caminhos cheios de rotinas e ansiedades repentinas.
E ela está onde a queremos!
No carro, ainda o dia cheira à frescura da manhã, lá está esta música que nos acolhe sonolentos e fechados em nós mesmos.
Minutos depois já a infiltramos como uma anestesia que se mistura pelo corpo todo e deambula desde os pés à cabeça, obrigando-nos a exercitar os membros e lá estamos a fazer do volante um meio de acompanhar o ritmo, enquanto estagnamos numa fila, das muitas que iremos encontrar.
Musica, musica!
Nasceste para nos embalar desde bebés que nos enviavas para o sono profundo aliviando quem cuidava de nós e fazendo crescer quem queria agarrar com as duas mãos esta vida.
Segues a juventude mano a mano como um cão de guarda e transformas-te num acessório imprescindível tapando-lhes os ouvidos aos sons diários. Escondida nos MP3, disfarçados de colares que vão desde a calça curta mostrando a barriguinha já bem no fim e parando nas orelhinhas sensuais dos jovens a despertar para o mundo.
Acompanhas todas as idades, em sítios que nem o diabo imaginava e lá estás bem alta, ou camuflada nos fones de quem a não quer partilhar. Alimentando sofregadamente os viciados e não só, do momento.
Mesmo agora que te dedico estas linhas, estou a ouvir-te misturada por Dj`s que deambulam pelas discotecas de norte a sul e não paro de estar quieto na cadeira em rodopios constantes a cada frase que me sai da cabeça.
Misturam-te como se de cocktails se tratasse e dão-te batida incessante para fazer abanar o capacete como se diz na gíria.
O verão aí está e tu musica que enches o mundo, terás os festivais, as ruas, as praças, as praias. Para dares asas à tua força e dares um sorriso a quem se sente sem força para o libertar.
A música é alegria. É vida e ajuda a superar momentos difíceis que todos nós temos nesta vida que está amordaçada pela crise que desespera mesmo aqueles que ouvem música, para se afastar dela.

terça-feira, 27 de abril de 2010

O tempo Aquece com o País ainda tão Arrefecido



O sol brilha e aquece os neurónios. Já se transpira por todos os lados com a roupa a colar-se ao corpo.
O país pelo contrário arrefece cada vez mais, ameaçado pelo rating que nos atormenta diariamente. E a dívida, cresce a cada dia que passa.
Também não aquece nem arrefece na busca de soluções para estagnar o desemprego e a solução é: para já, não existir soluções.
Enfia-se milhares de desempregados em formações para algo aprender e fundamentalmente para ocupar o tempo na esperança de melhores dias. Mas esses dias tardam em chegar e logo que os subsídios terminem, vai ser um deus nos acuda.
Uma enorme maioria da população lamenta-se pela situação. E muitos já não sabem o que fazer à vida.
A juventude vagueia com as mochilas às costas, cheias de sonhos, mas com os pais apreensivos com o futuro e eles lá andam num vai e vem iludido já que enquanto andam debaixo das asas dos progenitores não se apercebem que o ninho está prestes abrir brechas por todos os lados.
Outros mais crescidos depois de anos a marrar queimando as pestanas. Sentem o vazio da estagnação já que o mercado de trabalho está saturado de procura e as poucas ofertas nem chegam a ser anunciadas, porque estão prometidas aos amigos que sobem à superfície como os ratos logo que sentem o cheiro da água.
Os restantes, os que cedo se cansaram dos estudos. Já que possuem cérebros de galinha e pouco dados a trabalhos de vergar a mola. Encostam-se às esquinas para os proteger dos vícios e sempre atentos a tudo o que mexe onde a vista alcança. Fartam-se de se justificar que não levam a nada, já que é só para curtir. Mas que a muitos, lhes abrem a cova prematuramente para o martírio comendo-lhes primeiro a carne e terminam só com os ossos bem ressequidos.
Enquanto o país mergulha cada vez mais a olhos vistos nestes dramas. Os governantes desviam as atenções com comissões de inquérito a tudo o que mexe.
E enchem-nos os ouvidos com testemunhos de varias personagens a raiar a vitimização e outros mais, a choramingarem as cabalas que são alvos. Com episódios pitorescos pelo meio como: uns que não falam, mas ressalvando o embaraço que causaram ao primeiro-ministro. E dando-se o caso onde reinou a cavaqueira de um conhecimento profundo da família de um deputado presente, talvez com o intuito de desanuviar o ambiente.
Para esquecer, temos o futebol a chegar ao fim com adrenalina quanto baste.
Os bilhetes esgotam caros como o ouro na invicta, sempre palco de comemorações dos campeões, mas este ano a dar lugar aos rivais bem em frente do seu nariz. Num dérbi a descobrir o tão famoso túnel.
E bem mais a norte, oferecidos, para a euforia contagiar os jogadores na procura do golo que dará acesso a largos milhões.
E terminado o campeonato iremos ter o mundial. Assim o povo acalma por dias a sede de estender a mão a quem ofereça uma moedinha.

domingo, 25 de abril de 2010

25 De Abril é do Século Passado mas está Ainda Fresco na Memoria de Muitos


É meia-noite ouço foguetes. Alguém está a comemorar o 25 de Abril!
Primeiro meia dúzia, agora uma mão cheia. Uns, bem perto e outros mais distantes.
O 25 de Abril dos nossos dias passados 36 anos envia-nos um dramático aviso!
Um aviso de reflexão sem rodeios, sem medos!
A cada ano que passa, perdemos um quinhão de liberdade. Porque nos deixamos iludir pelo papão da ganância e corremos em busca do tudo querer e no final tudo perdemos. Diluindo assim a partilha de abrir a Sociedade às oportunidades que deviam ser abertas a todos, para que todos usufruíssem das mesmas ferramentas para abrirem o futuro. E assim homens e mulheres construíam o seu futuro, com a capacidade que desenvolveram ao longo da sua aprendizagem.
A cada ano que passa fechamos os olhos às conquistas de Abril. Na maioria dos casos por míseros bónus, que nos alegram no momento levando-nos à felicidade precoce, mas são a arma venenosa com que entregamos a nossa honestidade aos chacais esfomeados prontos a devorar a nossa integridade.
A cada ano que passa somos vigiados ininterruptamente. Calcam-nos os calcanhares dia após dia, mês após mês. E nós, envolvidos num invisível colete-de-forças deixamo-nos cabisbaixos levar para longe do nosso ser e passamos a viver meios nómadas dentro do nosso próprio espaço, tutelados pelo sistema que ingenuamente deixamos paulatinamente absorver-nos.
A cada ano que passa deixamos de cantar Abril, de festejar Abril, de amar Abril!
Porque fomos influenciados por um sistema que paulatinamente foi ganhando vida através da doutrina trazida dos colégios invisíveis para o comum dos mortais. E nos lavaram o cérebro, purificando-o de ideologias próprias, com promessas ilusórias que nos afundaram num beco sem saída.
A cada ano que passa os heróis de Abril, não querem comemorações, para inglês ver!
Não querem cravos na lapela por um dia! Querem Abril todos os dias!
Abril na sua essência! Com Democracia, com Liberdade com Respeito e fundamentalmente com humildade! Porque Abril de 1974. Nasceu de homens e mulheres humildes e íntegros.
O 25 de Abril de 1974 desabrochou a Esperança. O 25 de Abril de 2010, ainda vai a tempo de iluminar a confiança. É só nós pretendermos!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Portugal a Desmembrar-se



Somos um país de conquistadores.
Lisboa foi o centro de todas as decisões numa época em que éramos uma potência, embora a história pura e simplesmente ignora.
Descobrimos o Brasil, trouxemos o bom e o melhor da Índia e assentamos lá arraiais durante longos anos.
Um português descobriu a América e agora outros mais ocupam cargos de relevância num mundo cada vez mais globalizado.
Fomos uma potência colonial e fizemos uma revolução sem derramamento de sangue, com cravos espetados nas armas que se mantiveram caladas.
Temos um português, presidente da Comunidade Europeia
Temos um presidente de um clube que é acusado de tudo e mais alguma coisa e na hora da verdade é ilibado de todas as acusações. Mas que colecciona medalhas e troféus.
Dois clubes portugueses ergueram com orçamentos de meia dúzia de tostões a tão cobiçada taça dos campeões.
Fomos os maiores no atletismo em corridas que levavam horas por homens e mulheres.
Existe o tratado de Lisboa, assinado na capital deste cantinho à beira-mar encostado à Espanha. E hoje todos os países europeus que fazem parte da CE, se regem por ele.
Ganhamos um Nobel e demos fumo branco a um Papa embora por pouco tempo, mas o suficiente para elevar Portugal.
Hoje andamos na boca de todo o mundo tentando-nos igualar à Grécia afundada nas catacumbas da falência.
Também somos falados por negócios onde o compadrio e a corrupção ameaça tornar-nos um país do terceiro mundo.
E os americanos que tudo sabem e nada lhes escapa. Levam Lisboa para bem longe do sitio onde nasceu!
Será que estamos a desmembrar-nos aos bocados e iremos parar aos quatro Continentes!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Quem Paga Somos Nós




Inês de Medeiros foi uma aposta de Sócrates. E ela lá está como deputada, tendo o seu espaço e como todos nos apercebemos participando do seu grupo parlamentar, não só no seio da actividade socialista como também fazendo parte dos deputados escolhidos para as comissões de inquérito.
Só que a senhora vive fora do país e logo se levantou o imbróglio de quem iria custear as despesas das suas viagens.
Ela no seu pleno direito alegava que tinha que ser a Assembleia, na qual foi eleita nas últimas eleições e se tal não acontecesse poderia ponderar a sua renúncia. E durante uns tempos essa questão andou nas bocas de todos os deputados e não só, cabendo a decisão final ao presidente do organismo, que depois de ponderar e consultar a lei, optou por satisfazer as aspirações da deputada.
Pronto! Paga-se as viagens à senhora e ponto final neste caso que já se arrastava para um caminho de agitações políticas.
Estou quase a pegar na célebre frase de que quem paga milhares, também paga mais um ou dois e não é por aí que a barraca pode abanar.
Se quem a convidou já sabia que a senhora vive longe e como nos dias de hoje ninguém corre por gosto, é legitimo ser ressarcida pelos prejuízos que são causados, mesmo sabendo que vai ocupar um lugar que não é para qualquer um.
Só que quem vai ser o desgraçado a contribuir para custear mais esta despesa, será como sempre o pobre mexilhão, que já vê o país a dissipar-se com a nuvem poeirenta pelos caminhos infinitos do espaço e mais uma despesa será porventura mais rápida a entrada no infinito e mais além.
Com tantos crânios a levitar por esse país fora prontos a ocupar o mesmo lugar dessa senhora. Era legitimo pegar num deles e transforma-lo numa Inês de Medeiros tão ou melhor preparado e assim dar lugar a mais um desocupado e poupar uns bons milhares para os cofres estatais tão corroídos pela penúria.
Mas como somos um país de costas largas para o despesismo, lá andamos a pagar um saco cheio de euros a alguém quando poderíamos pegar nesse saco e distribuir por entidades que nem tem meios para se defender perante monstros que roubam a vida num abrir e fechar de olhos.
Como somos todos culpados porque fizemos nascer e dar tronco e membros à nova sociedade em que vivemos. Só temos que nos sujeitar a estas e outras barbaridades, de quem nos governa nestes já longos anos que paulatinamente foram materializando.
Temos o que merecemos e agora que mais uma comemoração do 25 de Abril está à porta. Ao menos nos faça reflectir para o caminho tão desviado que o país rumou, quando o sentido era bem outro. Depois de quarenta anos de consciências amordaçadas por um regime que tudo fazia para nos deixar presos à estagnação.

terça-feira, 20 de abril de 2010

A Chuva Pregou-nos uma Bela Partida




Acabado o jantar lá vou numa passeata tomar o café ao centro da cidade, na esplanada onde todos se encontram e outros mais sabem que vão lá encontrar quem desejam. Porque isto em cidades pequenas é como as beatas à janela nos bairros a ver quem passa.
A esplanada estava composta, mas optei por ficar dentro do bar e fugir um pouco ao ruído das conversas rotineiras.
Conversamos uma horita, de vês em quando interrompidos por alguém conhecido, que parava e dava dois dedos de conversa de circunstancia.
Nisto é chegada a hora de regressar e para nosso espanto a chuva esperava-nos logo que a porta envidraçada se abre de lés a lés à nossa aproximação.
Sem guarda-chuva que nos protegesse principalmente à jovem que não podia molhar o cabelo já que de tão fininho que é, cola-se ao rosto e mais parece uma gata lambida. Arriscamos pensando que chuva de quase Verão não chega ao chão e toca a andar agarradinhos um ao outro.
Cinquenta metros a chuva aumenta e já se sente os caleiros a mostrar para que servem.
Como os prédios abrigam o que na rua já lava, pouco aflige e toca a reinar por entre carícias e risadinhas. Mas a chuva parecia fazer lembrar que, não perdes pela demora.
Pronto os prédios foram-se, agora chegamos à Avenida das escolas.
Aí a chuva esperava-nos. Parecia dizer: venham cá meus pombos que vos vou, virar pitos.
E assim foi! Trezentos metros de chuva a cair pelas orelhas abaixo. Levantava o pó do chão deixando aquele aroma no ar e caia certinha, uma chuva mijona irritante e que tinha chegado na pior altura.
Era caricato! Uma hora antes passávamos nesse mesmo lugar de mão dada. Eu de sandálias de Verão, armado em cidadão veraneante.
E agora, bem alargava o passo com os pés a fugir das sandálias, já bem húmidos deslizando para bem fora do cabedal. Com o dedo grande às turras nos paralelepípedos que não tinham nada que sair do buraco deles e que me obrigavam a dar uns gritos de dor e soltar uns impropérios nada usuais.
O cabelo mesmo molhado pingando pelas costas abaixo, nuns arrepios nada agradáveis, obrigavam-me a dar aos ombros para parar o escorrer dos pingos.
Mas ao entrar em casa, senti uma sensação única.
Já não me lembrava de apanhar assim um banho. Acho que só quando era garoto.
Apesar da chuva e das envolvências por ela causadas, vínhamos felizes num abraço carinhoso e de beijos meios molhados, rindo e curtindo completamente sós pela Avenida, numa chuva que abençoa quem se sente bem.

domingo, 18 de abril de 2010

O Domingo está no fim! Foi belo, foi lindo, foi simples, foi quente.



Foi belo. Cheio de sol com o mar em frente tão sereno, tão calmo. Que apetecia entrar água dentro e dar-lhe um abraço em forma de braçada e nadar até cansar, porque ao longe existe uma rocha que dava o descanso necessário, para o voltar.
Foi lindo. Cheio de sol numa esplanada repleta de pessoas que ora liam o JN. Ora liam o livro que seguem como companhia. Ora conversavam e olhavam pelos miúdos que já sentiam o calor a aquecer os bracitos. Eram corpos já praticamente descobertos, mostrando de uma vez por todas que paira no ar o saber a praia, sol e mar!
Foi simples. Percorrendo a marginal de mão dada numa transmissão de carinho que brota desde que juntamos os trapinhos. São metros e metros de uma ponta à outra da vila, num ambiente calmo e resguardado do mal.
Foi quente. Cheio de sol onde os banquinhos de madeira deram o descanso do caminhar já em plenas dunas, num passadiço serpenteado por entre quatro moinhos rodeados de uma cerca de corda bem grossa indicando propriedade privada. Em direcção ao restaurante, onde uma mão cheia deles, num ombro a ombro sem amizades pelo meio. Chamam os clientes num Domingo a abarrotar de comilões.
Pedi robalo garantidamente saído do mar ainda o Domingo não tinha aberto os olhos. Já é um costume este cantinho para almoçar ou jantar. E enquanto o peixe não chega, petiscamos uma chouriça assada partida em bocados e umas azeitonas pretinhas como a noite, com um branquinho bem fresco para empurrar este veneno que não mata, mas pode deixar marcas.
As pessoas acotovelam-se neste cantinho cheio de história com as paredes decoradas com os artefactos da pesca e garrafas mais velhas do que eu.
Uns enchem a sala, outros esperam cá fora pela sua vez. É, um toca a sair e outros a entrar. Muita fama dá para isto!
Ainda a tarde é uma criança saímos pelas traseiras da Cabana em direcção à praia só descendo o pequeno declive e zás estamos sentindo a areia fofa e caminhamos de encontro à frescura da água.
Damos dez passos e olhamos as nossas pegadas bem vincadas na areia molhada. Corro para trás e caminhando por sob as pegadas da minha jovem, encontro-a na ultima que me resta e deixo-me cair no seu corpo que me segura e num abraço terno beijamo-nos por fim.
Repetimos algumas vezes este ritual. Agora era a vez dela e percorremos uns bons metros neste clima feliz.
Chegamos por fim e sentados no paredão para retirar a areia dos pés, que seca é fácil. Voltamos para casa e como os filhos já se desenrascam, num almoço ao seu gosto, porque por cá não faltam botequins a cheirar a comida. Preparo-me para o meu Benfica enquanto o resto se regala nos computadores a falar com meio mundo que vive tão longe, mas que a Net junta tão pertinho do sonho deles.

sábado, 17 de abril de 2010

O País dos Afilhados



O grande mal deste país é ter pessoas que falam demais. Que lutam furiosamente para ter o seu espaço. Querem estar onde os outros já assentaram arraiais e nada melhor que serem o foco da atenção, para mostrarem as aptidões que julgam ter nascido com esse dom.
Falam com a certeza de que estão certas no que dizem!
Não pensando que o que hoje é um dado adquirido, amanhã nunca o será. E como só olham para o seu umbigo, numa ambição sem olhar a meios, não interessa descobrir que devem dar a mão à palmatória e assumir as suas certezas, mesmo que para isso renunciem aos seus cargos.
Como o carácter é já uma extinção em quase todos os políticos e não só. Sujeitam-se ao ridículo de cuspir para o ar e caírem-lhe bem no centro das fuças. E como não existe um buraco para se esconder, o tempo tudo esquece e toca a remar em frente.
O mais importante é garantir o sustento pensam eles, numas panelinhas onde a maioria se coze em banho -maria.
E enquanto o banho-maria durar, enchem o tacho para eles e para os seus. Em muitos casos, autênticos haréns, que é urgente preservar e sustentar. Enquanto no que diz respeito ao resto, que venha o próximo e bata a porta.
O importante é comentar e tentar descortinar o presente. Assegurar um lugar permanente (ou quase). Porque o futuro é uma incógnita e quando chegar, umas palmadinhas nas costas, ou uns telefonemas na hora certa. Dão a certeza de continuar a usufruir de privilégios, mesmo sendo garantidos por alguém que se subestimou não há muito tempo atrás.
É por isso que assistimos a comentários dos chamados especialistas que traçam já o destino dos benjamins que se lançam em desafios dantescos, prevendo a sua queda muito antes de conhecerem os resultados finais. E depois são obrigados a engolir sapos vivos bem gordos e viscosos, para não terem que se desfazer do bem bom que já ganhou teias de aranha nos bancos almofadados. Ora no parlamento, que a oferta nem obriga a grande procura é só seleccionar. Ora nos gabinetes estatais, onde a oferta quase se resume a favores dos muitos amigos a abarrotar de afilhados.
E acabamos por ter os melhores crânios deste país a deambular pelo mundo fora, muitos deles, fazendo das tripas coração e subindo ao pódio da consagração. Porque Portugal aposta nos afilhados quase todos de pais mirrados. E deixa abandonados os filhos da nação como se de bastardos se tratasse.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A Nuvem Que não Deixa Voar




Começou como uma nuvem que ameaça uma enorme chuvada.
Horas depois ganhava asas voando Europa fora e pondo os aviões em terra porque nuvem poeirenta ameaça parar os motores das aeronaves e uma ameaça é sinal neste caso de catástrofe.
O vulcão num abrir e fechar dos olhos resolveu dar sinais de vida, depois de uma invernação longuíssima, ainda ninguém sonhava com aviões e com a beleza de ver cidades de cima para baixo.
A Natureza continua a surpreender apesar de fazermos dela gato-sapato. E apelando aos deuses, resolveu fazer rugir o vulcão islandês, que adormecido num bunker á prova de curiosos abriu os olhos e bocejou como um enorme monstro salpicando meia Europa com o seu mau hálito que impede qualquer tentativa de o transpor.
E como consequência, temos milhares de pessoas retidas nos aeroportos sem poderem voar para os destinos pré estabelecidos e pior de tudo estando á mercê da vontade ou não, de o vulcão parar de bocejar.
As previsões eram optimistas logo que a nuvem vulcânica cobriu o céu. Um dia era o suficiente e logo tudo era dissipado e o tráfego aéreo era retomado.
O dia passou e o vulcão continuou a lançar o espólio que se acumulou anos a fio e já comprimia perigosamente as entranhas do vulcão. E continua agora sem previsão de quando parar, de lançar o bocejo que se transforma devido já á sua quantidade num enorme lençol que cobre o céu de meia Europa.
São aeroportos sem movimento, pistas enormes com aviões estacionados num cenário confrangedor, nunca visto nestes já longos anos de aviação civil.
São milhares de passageiros retidos sem poderem viajar e sem terem garantias de quando o passam fazer e limitam-se ao passar das horas, numa incerteza do que é o melhor para fazer: desistir da viagem para o destino designado. Ou esperar que o vulcão se canse do acordar repentino e volte ao sono longuíssimo e esperar mais uns duzentos anos para acordar e ver que nessa altura os aviões estarão mais que apetrechados para perfurar as poeiras e sujeiras que ele lança e quem sabe poderemos entrar pela sua garganta bem funda e descobrir o que ali se armazena e domina-lo a nosso belo prazer. Sendo esse, o fascínio que ainda atraí os homens deste belo planeta: Dominar e amortalhar o que o rodeia.
Mas por enquanto o caos mantêm-se pela Europa fora, tocando já outros Continentes e com pedidos já virando rezas. De que o vulcão vizinho, o pai deste, não resolva imitar o filho numa de quem manda é ele. E acorde repentinamente de um sonho que tem levado longos anos, resolvendo tentar continuar a obra do descendente, para deixar a marca de omnipresente.
Se isso acontece é um Deus nos acuda!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Telemóvel Fonte de Vida


“Há mais indianos com telemóvel do que com WC”
Li há minutos e reflecti em segundos!
O telemóvel move montanhas.
Alivia a ansiedade e esconde a necessidade.
Todos queremos um telemóvel. E muitos de nós mais de que um!
Serve para enviar saudações. Para justificar decisões e para aliviar as angustias que a vida nos enche regularmente.
Por isso hoje mais do que nunca, se diz: podes me tirar tudo, menos o tlm.
Se mo tirares, tiras-me a alegria, o trabalho, o amor e a segurança mesmo que por pouco tempo.
Ele é o adereço indispensável, logo que nasce o dia. E até a noite tem a sua companhia.
Ruas e praças. Aldeias e todas as cidades, enchem-se de pessoas com este pedacinho, que se esconde na palma da mão. Carregado de segredos, numa agenda tão pessoal que levanta a moral e pode baixar o astral.
É ver milhões de pessoas de braço encostado ao ouvido, tendo o tlm comprimido e de mil expressões no rosto, reflectindo o vai e vem das conversas, como carrosséis festivos num vai e vem repetitivo.
Reveste-se de enorme utilidade, tem Internet incorporada, canais de TV instalados e outras funções já adaptadas.
É um abismo de procura! Não tem fim o seu poder em proporcionar respostas e consolo num instante de necessidade.
Leva-nos ao contacto de quem nos interessa, na hora, no minuto, nesse mesmo instante.
Por estas e outras razoes, existem pessoas que tudo lhes podem levar, menos esse rectangulozinho que é um miminho.
São os pais para uns. Os namorados para os apaixonados. Os amantes para os fragilizados. Os apoios para os solitários. E os………………. Enfim servem para tudo!
Perde-lo em esquecimentos, ou roubados em esticões violentos. São situações de pouca monta.
Logo, logo compra-se um!
Pode faltar tudo. Telemóvel é que não. Porque hoje ninguém pode viver sem ele.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Visita de Sua Santidade


Vem aí o Papa, cheio de intenções mas carregado de suspeições.
Escondeu o óbvio, protegendo uma ovelha tresmalhada, por menos essa é pública agora, mas que durante tantos anos todos sabiam mas ninguém ousava destapar o véu.
Agora numa cruzada que não se sabe muito bem onde começou, virou autentico polvo estendendo os tentáculos a todo o mundo e é um chover de casos que arrepia o mais preparado. Ameaçando rolar cabeças, sejam de bispos ou meros padres de paróquias bem distantes.
É neste clima que Sua Santidade pisará Portugal pela primeira vez!
E como o Papa anda nas bocas do mundo, Portugal será durante a sua visita. A vitrina para que o mundo siga todos os passos de uma figura que não consegue juntar este enorme rebanho cristão tão necessitado de um pastor, depois de ficar órfão do extraordinário ser humano que foi João PauloII.
Bento XVI, herdou um enorme fardo ao substituir o carismático João Paulo.
Leva a água ao seu moinho mas em baldes deteriorados, chegando ao destino com o balde não muito cheio, mas também não muito vazio.
Não tem um olhar de Papa! Em muitas ocasiões oferece um sorriso meio forçado. Mais parecendo um gesto obrigado, do que um momento natural.
Não é uma personagem cativante. Pelo contrario, retraído e resguardado.
Para mim é um Papa VIP, não um Papa revendo-se no povo. No povo humilde e sofredor, como João Paulo II.
Não será fácil a sua tarefa e logo agora aflorada de espinhos, depois destes escândalos que surgiram à tona, onde andaram anos camuflados no segredo de sacristia.
Ainda por cima com o seu número dois, o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, em estabelecer uma relação entre pedofilia e homossexualidade, recusando uma ligação ao celibato a que estão submetidos os padres.
Com isso, lançou mais achas para uma fogueira já densa de labaredas ameaçantes. Quando o deixar assentar a poeira era o mais aconselhável.
Por menos nesta fase onde se abriu as chagas, escondidas anos e anos. Nos corpos dos jovens sem protecção, mas hoje abertos ao mundo para contar como lhes rasgaram a inocência e lhes deixaram marcas para toda a vida.
Pronto! Mas Sua Santidade irá cá estar para visitar locais revestidos de religiosidade e abençoar este país, cheio de pecados sociais onde as diferenças se acentuam a cada ano que passa.
E queremos que a água benta molhe a corrupção, que ameaça ganhar raízes já bem profundas.
E que alivie a pobreza de se acentuar, numa camada da população que vive as amarguras do desemprego em muitos casos brindando os dois progenitores, ameaçando esfrangalhar famílias e matando o amor que elas fizeram ao longo dos anos nascer.

terça-feira, 13 de abril de 2010

A Selva Aqui tão Próxima


Apaga-se uma vida, ou a martiriza-se para toda a vida. Na maioria dos casos inocentes que se vêem envolvidos nas acções de pessoas que viram monstros de um momento para o outro e toca a descambar a sua raiva, de quem tudo faz para a merecer, fugindo desses monstros que quanto mais se foge, mais enfurece a sua raiva.
Ou então por assaltantes cientes que podem fazer o que lhes apetece, porque a nossa justiça lhes brinda com atenuantes impossíveis de aceitar, numa sociedade que se diz direccionada para combater os malfeitores e assassínios que proliferam como ratos de esgoto.
O mais gritante é assistir a tragédias por entre quatro paredes, onde alguém enfurecido com a má sorte que lhe bateu à porta, descarrega a sua fúria nos inocentes do costume e toca a manchar de sangue as paredes, que deviam ser o poiso de recordações felizes de um lar que foi o encontro de dois seres, na busca de construir uma família que se fulmina a golpes bárbaros num momento premeditado, da mais infame selvajaria.
Já ninguém se admira tamanha a regularidade, com a brutalidade das visitas dos encapuçados, que tudo levam e tudo destroem em minutos infernais. Deixando marcas para sempre, nos coitados que naquele momento recebem o diabo bem presente.
É o dia-a-dia neste país aberto aos assaltantes que se sentem como peixe na água. Empunhando armas como se tratasse de acessórios de moda e assim protegidos, irrompem de surpresa, fazendo gelar o sangue nos corpos de quem pensava, que só acontece aos outros.
E todos recriminam, indo mais longe até castravam, os pedófilos bem presentes.
Mas tão meigos que ninguém suspeita. Acabando por desfigurar a inocência dos petizes à sua guarda, tornando-se lobos maus que enjaulados se tornam santos. Sensibilizando quem vai nas suas cantigas e logo fora, tendo a rua como destino. Viram feras correndo atrás de nova vítima, deixando um legado de mazelas para toda a vida.
É neste mundo que vivemos, só nos resta olhar em volta e ver se alguém não está pronto para semear a desgraça, ao virar de qualquer esquina.
Muitas das vezes isso não chega e é rezar que nenhum mal nos aconteça.

As Urgências deste País


Entrei com fita verde, eram 17 horas de Domingo!
A urgência estava calma, lindo dia para ir á praia e claro, ninguém para ir às urgências. Porque muitas mazelas a água do mar atenua e o iodo alivia a respiração carregada de venenos absorvidos.
O chamamento para a triagem ilude quem pensa o mesmo para o atendimento, mas rapidamente é recolhido às cadeiras de plástico incómodas, tantas são as posições escolhidas vezes sem conta.
Quinze minutos passaram e nada! Leio os cartazes pendurados nas armações das lâmpadas, ajuda a passar o tempo e relembramos tarefas a cumprir diariamente.
O segurança metido na farda com símbolos coloridos, aguenta os mais impacientes e sempre prudente, trava os curiosos de se meter urgência adentro. Pelo meio contem o sorriso com a mão, mas não esconde os olhos húmidos, tudo porque assiste via televisão à sessão da tarde. Uma comédia divertida.
E assim o tempo passa, uma meia hora onde ninguém foi chamado. E somos três ou quatro!
Já decorei as frases dos cartazes pendurados. Para onde me virar levo com um estrategicamente colocado.
Parei em frente ao televisor e de facto a comédia é entusiasmante, rio-me a bom rir e por momentos esqueço onde me encontro.
Ouço finalmente a chamada e logo dois são reencaminhados Consultório 1, medico português. Consultório 2, medico brasileiro.
Esfrego as mãos de contente, serei o próximo e aproveito para limpar o TLM, de mensagens antigas e chamadas já sem história.
Mas é efémero o meu contentamento e mais meia hora de seca é-me imposta.
Tenho fome, tenho dores! Tenho necessidade que o médico, veja o meu derrame já assustador, mas também estou disposto a dar meia volta e vir-me embora.
Assisto na sala de espera a encontro de vizinhos de uma freguesia interior do concelho e na preocupação de saber porque está ali, escuto obrigatoriamente claro, que “o meu Chico está desde manhã em observações duma dor que tem no peito”.
Finalmente ouço o meu nome!
Que alivio! Consultório 2, no fundo de um corredor apinhado de doentes em macas. Um deles devia ser o Chico.
Dois minutos de conversa com um medico, já saturado de atender e prescrever informaticamente o alivio que todos esperam para as suas mazelas. Lá vou para o raio-X, e num vira daqui e não mexa agora. Regresso com as chapas á cadeira do Consultório, numa tentativa vá de tentar esclarecer o médico de como tudo se passou para eu ter um negrão no tornozelo, mas o médico não estava para aí virado. E minutos depois estou a pagar a taxa moderadora e a taxa do raio-X. Saindo para o sol que ainda vai alto rumo à farmácia, mancando pelo meio do parque da cidade encurtando caminho, pagando o alivio num antibiótico milagreiro e um inflamatório com cheiro a rebuçado de menta.
Já não comparecia numa urgência á uns bons anos. Tenho sido forte como um touro, mas nesta ocasião frágil como um bebé. As urgências são um suplício, livrar-me delas será doravante um compromisso.
Deus me ouça e me guie por caminhos sem tropeços.

domingo, 11 de abril de 2010

Ressuscitou o Salvador


Passos coelho, esteve desde que venceu as eleições, remetido a um silêncio programado. Numa espécie de retiro, procurando inteirar-se ao pormenor das andanças do governo e assim preparar o discurso com as medidas necessárias a serem tomadas, para que no congresso, todos sintam que ele é o novo profeta para que daqui a alguns anos. Em princípio nas próximas eleições o PSD, com Passos Coelho ao leme MUDE PORTUGAL.
A dado passo, Coelho numa emoção que só os políticos nascidos para tal adquirem, confessou à plateia laranja que quando se dirigia para a sala do Congresso, “lhe perguntaram se era um homem feliz?”
E Passos mostrou a todos os que enchiam aquele espaço pronto para ser a rampa de lançamento numa viragem que só os líricos e os babados nas ofertas em favores devidos acreditam para o país. Abriu os braços numa espécie de Cristo e confessou que era um homem feliz porque sente o PSD unido e rodeado de amigos.
São estas frases que os líderes usam estrategicamente para emocionar plateias e aproximar as pessoas.
São frases simples usadas nestes momentos e outros parecidos, como nas campanhas para cativar adrenalina, que podem se transformar em vitórias para já morais. Fala-se na primeira sondagem num inicio de junta de bois, com Sócrates e que lhe dá uma aproximação de tocar os calcanhares, sem dúvida o melhor que podia acontecer num partido laranja, meses e meses sem sumo numa autêntica secagem.
Como o bom povo diz “os políticos são todos farinha do mesmo saco”, espero para bem de Portugal que Pedro Passos Coelho seja farinha mas não do mesmo saco.
Porque senão, iremos ter os mesmos ratos a roer o saco!
Bons ventos podem não dar bons casamentos e ficarmos por ter um Passos Coelho, mais do mesmo, ou seja, resguardado num partido que é líder da oposição, mas nos momentos cruciais onde a decisão de um não. Pode ser o virar da página numa política que almofada o rabo dos poderosos e retira a cadeira aos idosos. Não passe de negociatas em paredes blindadas e deixe Passos amordaçado á tremedeira de ser responsável por maiores danos num país atolado de areias movediças, tamanho é o areal oco em que estamos metidos.
Como já somos grandemente condicionados por uma Comunidade Europeia, com metas para alcançar como se o mundo terminasse daqui a três anos. Passos, irá se um dia vier a ser primeiro, o que não é difícil já que Sócrates nas próximas eleições encerra o ciclo PS no governo. Se sujeitar aos mandamentos de Bruxelas e logo, logo voltaremos ao mesmo e continuar na cauda da Europa que nos calca a cabeça mesmo sem termos políticos capazes de a puxar cá para fora.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Falar Com os Botões



Dizia eu para os meus botões: Onde vamos parar assim com esta vida, onde todos se atropelam para encher o saco da esperança.
Claro que a esperança é a ultima coisa a morrer e correndo para a apanhar, podemos algo alcançar.
Esperança, Esperança. A tábua de salvação para uma grande maioria da população.
Pensamos em nós, pensamos nos nossos e então lutamos. E com essa luta muitos de nós alcançaremos os objectivos pretendidos.
Não adianta fugir do presente para não magoar o futuro!
Porque o futuro é já amanhã e não podemos saltar o presente.
O presente serve para criar as bases do futuro e conseguindo isso lá teremos o futuro à porta, pronto a fazer nascer o que semeamos.
A vida é madrasta, cheia de altos e baixos numa fase problemática, mas é nas alturas mais complicadas, que damos azo a toda a nossa capacidade. A todo o nosso saber de uma vida que nos ensinou o que soubemos aproveitar.
Venham avalanches de preocupações, venham maremotos de sufocações. Venha o que aparecer, cá estaremos para o que der e vier.
Mesmo aqueles que tudo têm pensamos nós, falta-lhes sempre algo que até nós possuímos.
A riqueza está dentro de nós e manifesta-se quando a necessidade aperta e pressentimos que estamos a fazer uma tempestade num copo de água.
Quando a tempestade transbordou os diques de firmeza, não desesperemos, porque á que arregaçar as mangas e voltar a materializar a segurança.
A vida é um ciclo com picos de balanços!
Cada ciclo é uma etapa e só no final é que a meta está á vista.
Todos a alcançaremos independentemente do lugar que ocuparmos na classificação que vai julgar todos os nossos passos dados, enquanto fizemos parte deste mundo.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sol a Luz tão Aguardada



O sol abriu-se de par em par e ameaça ficar!
Com ele trouxe a alegria num abraço enorme, que franqueia o pessimismo e faz correr o optimismo
Aquece os cantos para confortar os sem abrigo
Brota as flores, como confeitos em casamentos duradouros e ilumina, ilumina o dia, fazendo-o crescer em adrenalina
Seca os últimos vestígios de um Inverno alagado Reflectindo o seu brilho nas janelas sem postigo
Num reflexo que cega os desprevenidos e embeleza quem cobre meio rosto com a protecção bem-vinda
Despe até á sedução as belezas feitas mulheres. Fazendo lamber num morder de lábio os cotas sonhadores
De tanguinhas enchem as praças e tudo graças ao dia solarengo
Dando beleza até ao jardim cheio de caca, dos cachorrinhos enfeitados com graça
Com a noite a empurrar o sol para o outro lado do mundo
Adormecemos, quentes de um dia azul brilhante

E sonhamos, envoltos no amor que nos pertence. Porque sonhar é o encontro entre a realidade e o adormecimento.

terça-feira, 6 de abril de 2010

A Festa Continua



Depois das festas Pascais, entramos no rebuliço diário e ao darmos voltas e mais voltas acabamos por andar à roda com o continuar do rambe, rambe do costume.
Agora vieram à tona os submarinos, que se banhavam nas profundezas das nossas costas, numa incerteza de quando seriam os próximos a ser notícia de primeira pagina.
Lá se descobriram as já famosas comissões, num negócio de milhões para alguns encherem os bolsos e mais milhões para vazar ainda mais o nosso mealheiro.
Os alemães entraram em campo e foi o despoletar de todo o dossier submarinos, que irá com toda a certeza fazer rolar as cabeças, sempre as mesmas dos mais desafortunados, num exemplo que só serve para o peixe miúdo.
E lá assistimos a confissões de alguns visados que se sentem de consciência tranquila e honestamente com o dever comprido na salvaguarda dos interesses cá da pátria.
Por entre este caso que irá alimentar alguns debates para justificar os convidados habituais e olhando às suas tendências, iremos descobrir as suas soluções.
Temos também já a cheirar a habitué, os grandes bónus pagos aos directores das grandes empresas públicas.
É um facto que a juntar aos salários anuais que todos eles auferem, para muitos deles lhes é aliado um bónus principesco como paga pelos objectivos alcançados com o seu desempenho. Dando azo a chorrilhos na comunicação, os números em euros que esses senhores levam para casa, que assustam Portugal inteiro. Deixando o país de boca aberta, perante a enormidade deste bónus, numa altura que quase todos estão a passar as passas do Algarve para fazer face a esta crise que ninguém sabia como nasceu, já que ninguém dava a cara para explicar como o tsunami se formou e se espalhou ao comprido pelo mundo.
Mas neste momento, com o lamaçal que deixou atolado o mundo até ao pescoço. Não faltam especialistas saindo das suas tocas a lançar previsões e até soluções para que o ciclo da retoma se inicie e cada um já vaticina datas previsíveis.
E no meio desta troca de debates onde todos ralham e não vemos quem tem razão. Os homens fortes das empresas publicas lá vão recebendo os milhões de euros que já confundem a população pensando que lhes saiu o Euromilhôes, mas esquecendo que sai mas é, do bolso de todos nós para presentear quem já se imagina a viver num país autêntica republica das bananas.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A Ressaca da Páscoa



Estamos na ressaca da Páscoa, onde a família se junta e num local destinado para deglutir conversas feitas novidades e comida abundante para estômagos já bem compostos. Passamos um dia festivo por entre o sol que nos brindou como uma dádiva de ressurreição.
Recordamos quem nos deixou recentemente, mas sentindo a sua presença constantemente. Porque cada momento era um recordar de quem contribuía para a alegria.
É extraordinário que um momento breve de uma conversa, ou de um pequeno gesto. Nos traga a lembrança do amigo e familiar, que recentemente partiu e falemos dele como ainda tão vivo na nossa presença.
Gente boa é sempre acarinhada por quem nutria grande admiração pelo seu carácter.
Mas o dia era de elevação da fé, já que se comemorava a ressurreição de Cristo e todos juntos (faltando os que infelizmente abalaram para outros compromissos inquebráveis), confraternizamos alegres e bem-dispostos, num dia cheio de adrenalina por menos para a grande maioria.
A natureza acolheu-nos num convívio salutar e o tempo ajudou a reforçar a amizade dentro da família. Onde se trocava os comes e bebes de cada um, numa mistura de cozinhados que encheram os pratos de comida confeccionada desde Coimbra a Viana.
Depois do café, no hotel caro como a crise, já que os tasquinhos ficavam bem fundo no começo da subida do monte. Partimos para o entretimento, num preenchimento da tarde já com programa pré estabelecido.
Uns, deram um passeio de bicicleta subindo o monte com ela à mão e descendo a travar com as mãos e pés.
Outras dormitaram na cama de rede, cobertas até ao pescoço com falta de calor humano já que os namorados resolveram comer os doces de Páscoa junto aos papás e obrigados a passear os cachorros.
Outros mais, numas malhadas que rebolavam monte a baixo tamanha força que o Capataz bem vermelhinho exercia naqueles braços autênticos lança torpedos.
As restantes recordaram momentos de infância e episódios já relatados vezes sem conta, numa espécie de anedotas saídas da boca de quem quando começa esquece-se de parar. Levando as lágrimas aos olhos de tanto entusiasmo, em risadas plenas de euforia.
A futebolada foi um sucesso!
Pena a minha lesão fruto da idade pensando que os anos só passam para os outros.
A nossa equipa era a melhor de todas.
Velhos, velhotes, futuros árbitros e jogadores com futuro. Temos de tudo na família.
Ganhamos a quem nos apareceu pela frente. E como os balneários eram ao ar livre, não havia túneis da discórdia só os Steward foram chamados para fazer barreira, escondendo os físicos às assistentes, já prontas a assaltar os corpos musculados dos intervenientes.
E assim se passou um belo dia.